A falta de representatividade feminina no mercado

Em 8 de março de 1917, na Rússia, aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II. Elas lutavam contra as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra, o protesto conhecido como “Pão e Paz” determinou que a data fosse consagrada em 1921 como o Dia Internacional da Mulher.

O mês de março é historicamente marcado pela luta das mulheres por igualdade de gênero, um problema estrutural. Há toda uma construção histórica e social que permitiu e reforçou a desigualdade no tratamento entre homens e mulheres. No geral, essa desarmonia está diariamente presente em nossas vidas.

Apesar das mulheres hoje serem responsáveis, em média, por 66% das decisões de compra nos domicílios brasileiros, segundo um estudo da Sophia Mind, as marcas pouco se colocam no lugar delas. É preciso que essas tomem um posicionamento mais forte em relação à representatividade, trazendo propagandas e produtos mais reais, que demonstram as dificuldades e prazeres de ser mulher. É preciso tratar as mulheres com respeito, ouvir e pôr em prática as opiniões delas.

No mercado de trabalho, as mulheres representam 50% dos empreendedores em estágio inicial e 43,5% dos empreendedores estabelecidos no Brasil, segundo o estudo Global Entrepreneurship Monitor de 2019. E apesar disso, não é fácil ser uma mulher empreendedora. O percentual de mulheres que estavam trabalhando ficou em 45,8% no terceiro trimestre de 2020, segundo os dados mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), número extremamente baixo.

Tudo isso demonstra a urgência do mercado em se adaptar às abdicações e necessidades das mulheres, sendo elas a maior parte do mercado consumidor e empreendedor do país, para que assim possamos atingir igualdade de trabalho e justiça e para que as marcas e o mercado consumidor possam se adaptar às necessidades de todas.